Minas Gerais teve em Janeiro/2016 46.589 casos prováveis de dengue ( confirmados e suspeitos) .
Nas notificações de dengue houve um aumento de 15 mil novos casos desde a divulgação do balanço anterior, no dia 5, passando de 47.261 para 62.271 casos prováveis, o que representa uma alta de 31%. A Secretaria de Estado de Saúde-MG confirmou duas mortes causadas pela doença neste ano , uma em Belo Horizonte e a outra em Patrocínio.Os dois óbitos ocorridos em decorrência da doença em Juiz de Fora não entraram no boletim desta semana.
A SES-MG , em janeiro, fez visitas técnicas às regionais com maior incidência de dengue em Minas: Sete Lagoas, Ubá, Coronel Fabriciano e Leopoldina, que juntas respondem por 116 municípios. Foram realizadas reuniões com os gestores (prefeitos e secretários de saúde), visitas às unidades de saúde e reuniões com os técnicos locais.
O Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue, Chikungunya e Zika Vírus se reuniu com prefeitos e representantes de cinco municípios em situação de risco no estado: Ubá, Governador Valadares, Coronel Fabriciano, Pará de Minas e Bom Despacho, para fazer recomendações sobre o planejamento integrado das ações de prevenção e controle do vetor, organização de serviços de saúde e reforço às atividades intersetoriais – como mutirões de limpeza e ações em imóveis abandonados.
Embora em menor proporção, os casos de chikungunya e microcefalia em investigação também aumentaram nos dados desta semana se comparados com os da semana anterior. Os números de chikungunya passaram de 90 para 128, representando uma elevação de 42%, e os registros de microcefalia subiram 29%, de 65 para 84 casos sob investigação.
. Os números sinalizam a força da epidemia projetada para 2016. Dentre as 104 cidades com maior taxa de incidência, os destaques em números absolutos são Cláudio, no Centro-Oeste de Minas, com 1.056 casos, Visconde do Rio Branco e Ubá, na Zona da Mata, (1.137 e 1.263, respectivamente), além de Coronel Fabriciano (1.659) e Timóteo (1.146), ambas no Vale do Aço. Cidades menores também despontam entre as de maior prevalência da dengue, diante do cálculo que leva em conta a proporcionalidade de casos projetados para uma população de 100 mil habitantes. Campanário, por exemplo, lidera o ranking de incidência, com 160 casos entre seus 3.733 moradores.
Epidemia de dengue
Com base em um levantamento do Estado de Minas e do Departamento de Estatística do Instituto de Ciências Exatas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a reportagem publicou, na última semana, que uma em cada oito cidades em Minas Gerais apresentou em janeiro quadro compatível com epidemia de dengue, de acordo com critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O estudo mostrou que 12% dos municípios – 104 no total – registraram taxa de incidência superior a 300 casos em uma população projetada de 100 mil habitantes. Classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que lugares com mais de 300 doentes por 100 mil moradores são tidos como em situação epidêmica.
O levantamento considerou o último balanço, com casos confirmados e suspeitos de dengue, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG). A metodologia consistiu em dividir os totais pela população de cada município e multiplicar por 100 mil. (Com informações de Carolina Cotta)